domingo, 9 de dezembro de 2012

ASSERTIVIDADE


Por Josiany Dórea

Mas afinal, o que é assertividade? Teoricamente o significado da palavra pelo dicionário de português, diz que assertivo é que exprime afirmação (de valores, sentimentos); declarativo. Contudo, não basta somente saber o seu significado, o mais difícil é colocar em prática a assertividade.

       O treinamento assertivo começou a partir dos anos 50, com trabalhos de Salter(1949), reconhecido como um dos fundadores da terapia de comportamento. Foi um dos pioneiros a tomar as descobertas da psicologia experimental em coisas como reflexos condicionados e aplicar esses princípios para resolver os problemas das pessoas, o que favoreceu as técnicas de assertividade desenvolvidas nos tempos atuais.

Para agirmos com assertividade é preciso primeiro aprender a conviver com as diferenças, respeitando o espaço do outro. Aprender que a liberdade do outro começa onde termina a sua; aprender que para falar dos seus sentimentos, impor suas convicções e expor suas crenças não necessita utilizar da agressividade com o próximo. Assim iniciamos a nossa Décima Oitava Conversa Afinada.

         Ronaldo Evangelista começa nossa conversa com a apresentação do vídeo titulado “Convivência” (ver abaixo). Assim, refletimos sobre as consequências dos nossos atos impensados de querer ocupar o lugar do outro ou quando nos preocupamos tanto com o outro e esquecemos de avaliar nossas atitudes. O diferente provoca em nós reações inusitadas, às vezes de autodefesa, que termina nos prejudicando como é observado no vídeo.   
Com a demonstração do vídeo sobre “a arte de ser objetivo” (ver abaixo), vimos que ninguém nasce assertivo. Assertividade é um treino constante. Um exercício que precisamos sempre está alerta para praticá-lo. Somente com a prática teremos resultados positivos em nosso cotidiano. Não é uma receita que já vem à dosagem certa. A base da assertividade consiste em ter autoestima elevada. Ser assertivo é quando a pessoa gosta de si mesmo, consequentemente, passa a ter um olhar sobre o outro com confiança.

E quando não somos assertivos? O que é não ser assertivo?  Na maioria das vezes não ser assertivo causa constrangimentos irreversíveis. Um exemplo clássico é quando não temos muita aproximação com a outra pessoa. Nossa ação não assertiva pode causar uma má impressão para aqueles que não o conhece e a pessoa passa a ficar rotulado, pois, a primeira impressão é a que fica. Outro fator é quando a pessoa se sente diminuída diante de uma ação não assertiva e agressiva.  
                                                  


No exemplo da charge ao lado verificamos que temos um comportamento não assertivo e agressivo. Quando agimos por impulso ou deixamos a emoção falar mais alto do que a razão, podemos ser surpreendidos por um ato de violência.
Algumas técnicas podem ajudar a sermos mais assertivos e controlar as emoções.

         Há várias técnicas de Assertividade. São técnicas que nos ajudam a “não engolir sapos” no nosso dia a dia. Exemplos de algumas técnicas: o nevoeiro, segundo Carlos Alberto de Faria consultor de marketing e administração, é comparado da seguinte forma: quando atiramos uma pedra nele, não oferece o mínimo de resistência, nem ao menos pratica quaisquer retaliações, simplesmente se deixa atravessar pela pedra, sem oposição. Exemplo:Talvez você tenha razão. Vou pensar nisso que você me disse”. Resposta a uma crítica. Isso mostra que você está disponível a mudanças o que não quer dizer que vai concordar com a crítica.  Outro exemplo á a técnica do Disco Rachado. Utiliza-se muito para a negação de comprar algum produto ou serviços que no momento não é de seu interesse. Exemplo: “O que o Sr. fala tem o seu valor (NEVOEIRO), mas eu não estou interessado." (DISCO RACHADO).

Ao final da nossa conversa, Ronaldo apresenta o vídeo: Águia ou Galinha (ver abaixo) deixou todos com vontade de seguir a Águia que está adormecida em todos nós.  

Ronaldo Evangelista ressaltou o quanto é difícil falar sobre assertividade, pois é um tema que requer uma visão mais ampla sobre as nossas atitudes e pensamentos íntimos, nos desnuda diante das situações embaraçosas e que nem sempre temos a compreensão de fato como reagimos diante das diversidades da vida.  

          As técnicas de não engolir sapos, segundo Ronaldo Evangelista, nos traz uma forma clara de como lidar com os seguimentos das práticas assertivas. Dessa forma, o comportamento assertivo é um modelo positivo e pessoal que podemos usá-lo no trabalho, em casa, nos relacionamentos, entre amigos, na vida amorosa e até mesmo na vida financeira.  
  


    Agradecemos a todos os participantes da nossa conversa afinada em 11/11/2012.



Referências:
Conditioned Reflex Therapy, Salter (1949).
Arón, A. M. & Milicic, N. (1994). Viver com os outros: Programa de desenvolvimento de habilidades sociais (J. P. Santos, Trad.). Campinas, SP: Psy.



Assertividade e autocontrole: interpretação analítico-comportamental - SciELO Brasil - Scientific Electronic Library Online.








  


domingo, 18 de novembro de 2012

A EXPRESSÃO MUSICAL NORDESTINA


Por Josiany Dórea
                                                                                                        
Nossa Décima Sétima Conversa Afinada, abordamos sobre a música nordestina como veículo da cultura popular. Vimos que desde o período colonial, o nordeste vem se destacando com suas diversidades culturais que se alongam com a música e ritmos próprios. Percebemos que quando o Brasil passa pelo período colonial (1500-1822) deixa raízes que marcam a identidade cultural nordestina.

No período colonial a formação da sociedade é marcada pelo regime escravagista, que promove a exploração da mão-de-obra escrava africana e patriarcal, o poder estava nas mãos do chefe da família: o pai. Assim, a sociedade convive com esse modelo reproduzindo muitas consequências para o convívio social, entre eles, o machismo, preconceitos e a desvalorização do negro. A partir daí, a música transforma-se em um veículo de apelo, desabafo e movimento contra esse modelo de sociedade.

A riqueza cultural expressa nas músicas nordestinas perpassa o nordeste e invade o Brasil. As manifestações populares como, por exemplo, o folclore, as linguagens, costumes, culinárias e ritmos transformam-se com o passar dos anos, em um cenário brasileiro.

Os Ritmos: xaxado, coco, samba de roda, baião, xote, forró, Axé e frevo, dentre outros, chamam a atenção dos compositores brasileiros, poetas, escritores e vários artistas. Eles se inspiram na cultura nordestina através da arte, poesia, do cinema, divulgando nossa cultura brasileira como, por exemplo, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Manuel Bandeira, Ariano Suassuna, Cândido Portinari e Carlos Drummond de Andrade.  
   
Desta forma pode-se notar que devemos muito aos nossos artistas nordestinos, que interpretam a dor, a seca, a escravidão e a alegria de um povo movido pela força mesmo diante das adversidades, das injustiças acometidas. Temos em destaque o baiano Jorge Amado (1912-2001) que leva nossa cultura para o mundo, o pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) que trouxe do sertão o brilho do Nordeste, o cineasta baiano Glauber Rocha (1939-1981), transmite toda garra e conflitos do nordestino em seu filme: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964). O compositor e poeta cearense Patativa do Assaré (1909-2002) que descreveu a vida simples, sofrida e esquecida do sertanejo nordestino.

Na realidade nossa Conversa Afinada representa uma homenagem e uma reflexão com algumas de tantas músicas que marcaram e marcam até hoje a historicidade de um povo que diante do sofrimento transforma a vida com muita sabedoria, vivenciada diante da dor.  

Josemar Dórea selecionou algumas canções que emocionaram a todos. Observamos que muitas canções passam despercebidas aos nossos olhos, não prestamos atenção em suas letras e o apelo que elas nos ofertam. Exemplo, à canção Marmelada composição de George Decimmus e Velato Walakiar, interpretada pela baiana Margareth Menezes relata a vinda do negro africano para o Brasil na condição de escravo:

(...) Um dia alguém me falou/ Que eu cresceria num país tão belo/ Tudo verde e amarelo/ Todo mundo sincero/Um dia alguém me falou/ Que eu cresceria num país legal/ Todo mundo igual/ Nada além do normal/Vida, que vida Será que da vida já não se apanha mais?/ Nunca mais a cegueira/ Nunca mais a besteira./ Marmelada, tô comendo nada (...) 

Ritmo e linguagem popular, a música “Marmelada” revela um Brasil que realmente existiu (?) em que todo o seu ensinamento era passado de forma conveniente e convincente pelas elites brasileiras. 
    
Outro destaque importante foi à música de Luiz Gonzaga “O ABC do Sertão”:

Lá no meu sertão pros caboclo lê/ Têm que aprender um outro ABC/ O jota é ji, o éle é lê/ O ésse é si, mas o erre tem nome de rê (...).

Percebemos nesta música toda complexidade da linguagem nordestina passada por Luiz Gonzaga. Ele retrata um povo que também possuem sua linguagem diversificada, marcada por um passado de miscigenação.

     A música do paraibano Genival Lacerda “Americanizado” é um protesto contra a desvalorização das nossas raízes. Como seguimos a cultura americana sem nem darmos conta do reflexo que nossa atitude pode percutir diante dos nossos costumes e hábitos.

Aqui tudo pirou!/ Tudo tá mudado!/ Aqui tudo pirou tudo mudou tá tudo americanizado!/Um cachorro de pano se chama Snoop/ Um ok quer dizer, tudo acertado/ Uma loja variada é shopping Center (...).

Enfim, letras e ritmos que retratam um nordeste que sofre preconceitos, descasos, dissabores diante da realidade de um povo comovido pela exclusão, com problemáticas sociais e ambientais.   
       Finalizamos com a música do paraibano Geraldo Vandré (1935) “Pra não dizer que não falei das flores”, em que aborda a esperança diante de período marcado pela ditadura militar (lançada em 1968). Classificada em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968 e, depois disso, foi proibida durante anos, pela ditadura militar brasileira. Tornou-se um hino de protestos e movimentos populares, principalmente na década de 70-80. É um grito a liberdade, resistência e igualdade humana. Vejamos um trecho da música:

Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/ Somos todos iguais/ Braços dados ou não/ Nas escolas, nas ruas/ Campos, construções/ Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer (...).





Agradecemos a todos que participaram da nossa conversa acrescida de conhecimentos sobre a diversidade musical e cultural do  povo nordestino. 








quarta-feira, 17 de outubro de 2012

DANÇAS CIRCULARES: O BEM-ESTAR CONTEMPORÂNEO.



Por Josiany Dórea
Muitas pessoas não sabem da existência das Danças Circulares. E que tem como principal objetivo, proporcionar melhor qualidade de vida para as pessoas, que cada vez mais sentem necessidade de buscar caminhos que possam amenizar o estresse da vida contemporânea. Vimos que as Danças Circulares vêm atraindo cada vez mais diversos tipos de público, principalmente o da Terceira Idade. O grande motivo é que as danças proporcionam um bem-estar físico e mental.  
Nossa Décima Sexta Conversa Afinada que ocorreu no dia 23/09 com a participação da nossa convidada Maria Luiza Portela nos proporcionou uma reflexão sobre o que é dançar em círculo.
Luiza apresentou a Dança Circular explicando que estar em roda simboliza: fraternidade e igualdade. A Experiência, o aprendizado, percepção de si mesmo e do outro, comunicação e flexibilidade, entre outros, são alguns importantes elementos que compõem a dança Circular. São veículos que remetem para o crescimento pessoal do individuo favorecendo sua motivação e valorização para trabalhar em grupo.
  Ao praticar a dança, segundo Luiza, as pessoas aprendem que devem compartilhar suas limitações, perceber e respeitar o espaço do círculo, pois, nem coitadinho, lá atrás, nem á frente, o importante é a igualdade. Desta forma, implica até na visibilidade do grupo, quando a gente vê a todos,e todos nos veem.
Ao posicionarmos a mão direita para passar energia e a mão esquerda para recebê-la, percebemos que compartilhamos com o companheirismo, equilíbrio e harmonia para o grupo que está envolvido e consequentemente expandimos para as nossas vivências pessoais.
Dança Circualr da Paz Universal
Ao final de nossa conversa fomos convidados por Luiza para vivenciar a Dança Circular no nosso Insight Filosófico. Dançamos em círculo e aprendemos o quanto é gratificando dançar em grupo. A descontração e ao mesmo tempo a seriedade foi fundamental para sentimos um bem-estar e uma integração proporcional aos nossos encontros mensais.       

 
 
 

Agradecemos a todos que participaram e contribuíram para que nosso encontro fosse mais agradável e harmonioso com a Dança Circular. 








Dança Circular Meditativa



















16ª Conversa Afinada
 



DANÇA CIRCULAR


ENTREVISTA: MARIA LUIZA PORTELA 



Por Josiany Dórea
Para entendermos mais sobre as Danças Circulares, segue abaixo uma entrevista com facilitadora Maria Luiza Portela que sente os resultados na prática, orientando a Dança Circular.
1-     [Josiany] O que são as Danças Circulares?

[Luiza] São danças tradicionais de todos os povos, dançadas no círculo, em linha ou espiral. Existem as danças coreografadas, Danças dos Florais de Bach, da gestualidade e Danças da Paz universal (cantadas, da tradição oral).

2-    [Josiany] Quando surgiu as Danças Circulares? Quem foi o idealizador (a)?

[Luiza] Em 1976, na Comunidade de Findhorn, norte da Escócia, a pedido de um dos fundadores da comunidade, Peter Caddy; o bailarino alemão, Bernhard Wosien (1908-1986)-bailarino alemão, coreografo e professor de danças que a partir de 1952, interessou-se em pesquisá-las.

3-[Josiany] Quem pode participar das Danças Circulares? Existe um público especifico?

[Luiza] Qualquer pessoa, crianças, idosos, jovens; os passos são simples. O importante é conectar-se,sentir a dança.

4-[Josiany] Quais os benefícios que as danças circulares podem proporcionar as pessoas?Existe alguma restrição? 

[Luiza] Inúmeros: Reaprender a disciplina; cooperação interior, com o outro e com o meio; equilíbrio das relações entre as pessoas; desenvolve a percepção, a integração, o apoio;desenvolve a autoestima e a autoconfiança; o resgate da criança interior,entre outros.


5-[Josiany] Porque a dança é conhecida como Danças Circulares Sagradas? Ela faz parte de alguma Religião ou Seitas?

(Luiza) Não. A dança “sagrada” porque nasce da sabedoria do povo. É o contato do homem com sua divindade, a união do homem com ele mesmo, com o seu próximo e com a realidade cósmica.

6-[Josiany] As pessoas que fazem o curso e depois passa a ensinar a dança são chamadas de Facilitadoras ou Focalizadoras. Existe um campo profissional para essas pessoas?

[Luiza] As danças são utilizadas por Psicólogos, terapeutas, educadores, assistentes sociais, Profissionais de saúde, Recursos Humanos, como suporte á sua atividade. Geralmente, o facilitador trabalha em Faculdades da terceira idade, dá aulas á grupos regulares. (existem universidades que têm Dança Circular no Currículo, como no estado do Mato Grosso) e já existe também Pós-graduação na Unipaz, em Campinas.
7-[Josiany] Fale um pouco sobre sua experiência pessoal e profissional.  De que forma a dança circular interferiu na sua vida?

[Luiza] A minha experiência pessoal é grande. Consegui ter mais centramente na minha vida, tornando outras pessoas felizes. Já focalizei danças em vários eventos.Há dois anos, realizo trabalho voluntário no Complexo Penal Feminino, uma vez por semana, amenizando um pouco a vida de quem está lá. De forma muito positiva; nem dá para enumerar.

8-[Josiany] Que dica você daria para as pessoas que querem unir o bem-estar da dança com a vida cotidiana.
 
[Luiza] Participar de grupo de dança regular, semanal ou quinzenal. Poderei indicar alguns.

9-[Josiany] Fale sobre o Projeto “Vivo a Dança” e do Projeto “Dançando com a Melhor Idade”.

[Luiza] O Projeto Viva a Dança é de Sirlene Barreto (no momento meio desativado), mas já realizou um Festival aqui no Centro de Convenções, trazendo a cultura do Norte e Nordeste, como Lia de Itamaracá, Mestre Salu, etc. Dançávamos no domingo no Parque da Cidade, suspenso devido á segurança.Dançando com a melhor idade foi o meu projeto de estágio com idosos no Centro Comunitário da Pituba, durante quatro meses com uma hora e meia de dança semanal.

Maria Luiza Pereira Portela- Pedagoga, Pós-graduada em Supervisão Escolar e Facilitadora em Danças Circulares Sagradas Sirlene Barreto.
Participou do treinamento para facilitadores de danças circulares dos florais de Bach -2008; Workshop É só alegria com Petrus Schoenmaker- agosto de 2009-Holambra-SP/ X EBDCS e XI EBDCS-JUNHO211- 2012- EMBU DAS ARTES -São Paulo.                                       



Atualmente Luiza é facilitadora da Dança Circular  
no salão de Festas do Edifício Caetana na
Rua Ceará, Pituba – (71) 9177-5764.