Por
Josiany Dórea
A nossa conversa afinada realizou-se no Palácio Rio
Branco. Retornamos aos nossos encontros em grande estilo fazendo uma
releitura sobre a nossa história.
O Palácio do Rio Branco era a residência e
sede do Primeiro Governador Geral do Brasil, Tomé de Souza. Está localizado na
Praça Tomé de Souza, ao lado do Elevador Lacerda; próximo a Prefeitura de
Salvador e a Câmara dos Vereadores.
Segundo os historiadores, o Palácio do Rio Branco representa a quarta versão arquitetônica do Palácio Real dos Governadores feito pelo fundador da cidade, Tomé de Souza. Considerado o centro político da Cidade, o palácio transformou-se em cenário de fatos históricos acompanhados de várias celebridades da época. Em 1818, o Palácio hospedava D. João VI e sua esposa Dona Carlota Joaquina e vários netos, entre os quais D. Pedro, menino de nove anos, depois Imperador do Brasil. Em 1859 foi residência provisória de D. Pedro II e sua mulher, a imperatriz Tereza Cristina.
Em 24 de fevereiro de 1900 é inaugurada a construção do novo prédio do palácio, com vários salões e salas, na gestão do governador da Bahia, Luís Viana.
O Palácio foi um dos pontos atingidos pelo bombardeio efetuado na cidade do Salvador, a mando do Presidente da República Hermes da Fonseca, em 1912. O prédio ficou praticamente em ruínas. Entre as várias perdas, a mais prejudicial foi à destruição do rico acervo de livros raros que ficava no térreo. Contudo, em 1919, é edificada a última construção que passa a ser chamada de Palácio do Rio Branco, em homenagem ao Barão do Rio Branco. Toda a reconstrução da parte bombardeada e demolida na fachada principal foi projetada pelo arquiteto italiano Júlio Conti.
No
ano de 1949, o palácio passa por novas reformas e ampliações em função de
crescimento administrativo, permanecendo como centro de decisões até 1979.
Parte externa do Palácio do Rio Branco |
Atualmente o Palácio Rio Branco abriga a Fundação Pedro Calmon, a
Fundação Cultural do Estado da Bahia e o Memorial dos Governadores. Em 2010,
novamente restaurado, o Palácio passa a receber visitantes com hora marcada e
acompanhada por guias. “O Rio Branco tem fachada eclética, refinado interior em
estilo do período belle époque e está construído a 70 metros de altura do nível do mar, acima da Baía de Todos os Santos, no mesmo local em que Tomé de Souza edificou, a partir de 1549, a
primeira casa governamental do Brasil e, por isso, esse prédio é tão
emblemático para ser mais visitado e conhecido”, explica o diretor geral do
Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural, Frederico Mendonça.
Observamos que somos capazes de vislumbrar o mar, curtimos as praias, bares e restaurantes, show com variados estilos musicais, contudo, não utilizamos um tempo para contemplar nossos museus. É preciso que os órgãos públicos e os canais midiáticos divulguem e incentivem a participação da sociedade aos museus, principalmente em Salvador.
Visto que, em nossa cultura, relacionamos as visitas aos museus com aulas de
campo nas Escolas. Então, fica uma
representação de que o museu é para estudos acadêmicos. Geralmente, não conseguimos
associar o Museu como uma boa dica para nosso lazer nos fins de semana.
O museu é, portanto, o instrumento que garante a reprodução
da nossa história, pois, transforma as personagens, objetos, livros e afins em
imortais; o que possibilita reviver o contexto histórico e cultural de uma
nação. Observamos isso no Palácio Rio Branco em que comporta os acervos da nossa história política baiana.
Visitamos o
Palácio Rio Branco com hora marcada e acompanhados pela guia Itamara que nos
proporcionou uma manhã de conhecimentos e recordações à nossa história. Ela nos informou que atualmente o governador Jacques Wagner
trabalha em umas das salas do Palácio, resgatando a nossa história.
Passamos pela a escada de cristal com seu tapete vermelho, a sala de espelhos, sala de despachos; a estátua do Governador Tomé de Souza e contemplamos a linda vista para a baia de Todos os Santos.
Atual sala de despachos do Governador Jacques Wagner |
Visitamos
também o Memorial e a Galeria dos Governadores Republicanos Baianos, localizado
no Térreo do Palácio Rio Branco.
Saímos do Palácio com a certeza de que precisamos visitar
os museus em nossa cidade. Um povo que não conhece a sua cultura e história é
considerada analfabeto cultural. Portanto, não desenvolve o interesse para
compreender a História, assim afirma Gilberto Cotrim: “A História mostra o
que os homens foram e fizeram. Isso nos ajuda a decidir o que podemos ser e
fazer”. E o Palácio Rio Branco é o retrato do que foi e continua sendo a nossa
História.
*Caso prefira, as
visitas podem ser previamente agendadas através do telefone (71) 3117-6491.
Referências:
Silva, Cecília Luz, A Cidade do Salvador
nos seus 454 anos. Salvador, EGBA, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário