domingo, 21 de abril de 2013

EDUCAÇÃO BÁSICA


ENTREVISTA COM PATRÍCIA DE OLIVEIRA 


 Por Josiany Dórea

           Acompanhamos em nosso cotidiano diversos comentários críticos dos educadores, gestores, pais e sociedade sobre a deficiência do processo ensino-aprendizagem entre crianças e jovens brasileiros. Percebemos que todo processo educativo começa a partir da Educação Básica que é o alicerce para a caminhada escolar.

              Os estudantes brasileiros precisam desenvolver a consciência sobre a importância da Educação em sua vida a partir da convivência escolar nas séries iniciais para que assim, possam aprender e desenvolver um seguimento escolar prazeroso e produtivo

              Nossa entrevista tem como objetivo conhecer a opinião de Patrícia de Oliveira, pedagoga e coordenadora pedagógica que vivencia a educação básica em sala de aula e coordena uma equipe de professores em outro momento. Através da experiência da profissional na área de Educação podemos investigar; discutir e fornecer mecanismos para novas mudanças no processo educativo vigente. É um novo olhar diante de problemas antigos e pertinentes que pode promover qualidade em nosso Sistema Educacional.      

                 Agradecemos a Patrícia de Oliveira pela disponibilidade e contribuição compartilhada em nosso blog. 




 1-   [Josiany] Quais são os desafios que os docentes enfrentam hoje na Educação Básica?

O maior desafio é a integração entre família e escola. E a aprovação automática da escola pública, pois só pode haver reprovação nos 3º e 5ºanos, ausência de recursos tecnológicos, biblioteca, laboratórios de informática, falta de profissionais como: psicólogos, fonoaudiólogos, dentre outros que facilitem a aprendizagem dos alunos com necessidades especiais.


2-    [Josiany] Em sua opinião, qual o melhor método de alfabetizar uma turma em séries iniciais?

 Não existe melhor método, pois todas as teorias trazem suporte para a prática pedagógica. Ainda não vi uma turma homogênea que pudesse utilizar apenas um ou outro método. Na minha prática utilizo todos os métodos que favoreçam autonomia, aprendizagem e letramento do individuo. Educar é um ato político, por isso não posso apenas alfabetizar o aluno, sem levar em consideração o momento histórico, social e cultural em que ele está inserido. A leitura de “mundo” deve preceder a aquisição da leitura e escrita, o educando precisa saber da função social da escrita e da leitura para se apropriar desse conhecimento e utilizá-lo como ferramenta de transformação da sua realidade.


3-   [Josiany] Como lidar com a violência dentro da Escola? De que forma podemos começar a conscientizar os pequenos sobre essa realidade?

A violência que chega à escola, muitas vezes vem da própria casa desse aluno. O melhor a fazer para combatê-la é dar atenção a esses alunos. “Afetividade” é a palavra chave para iniciar um diálogo e perceber nas ações desses alunos ditos como “violentos” os que eles querem nos dizer. Projetos que favoreçam a elevação da autoestima e do autoconhecimento podem ajudar, bem como dar tarefas a esses alunos, para que possam se sentir responsáveis e úteis. Outro fator que pode levar a atitudes violentas é a distorção idade-série, que acontece em algumas classes. O ideal é  que a cada inicio do ano letivo, os alunos sejam informados sobre o Regimento Interno da escola e suas punições previstas para cada caso. O que não pode acontecer, é a escola ser permissiva para transgressões realizadas e perder o controle.


4-   [Josiany] Que método é mais eficaz para avaliar o aluno da Educação Básica?


Certamente a avaliação continuada é a mais eficaz. Na escola pública do 1º ao 5º ano os alunos são avaliados não por notas, mais por competências e habilidades conquistadas ao longo do ano. A avaliação eficaz é aquela que serve de diagnóstico para o professor perceber o que de fato o aluno aprendeu ou precisa melhorar, e não aquela avaliação punitiva onde os erros são mais apreciados do que os acertos.


5-    [Josiany] Que sugestão você daria para os docentes que estão iniciando sua prática pedagógica?


 Façam muitos estágios, pois a Universidade é muito importante para a formação acadêmica, mas para a prática mesmo, só trabalhando é que você se apropria e pode aplicar as teorias estudadas. Façam especialização na área de sua preferência, isto já conta pontos também para um provável concurso público que venham a fazer. Hoje a educação básica conta com ajuda do FUNDEB, que garante melhores salários, formação continuada para docentes, dentre outros.


6-    [Josiany] Qual a sua opinião em relação à implantação da Educação Integral nas Escolas? 

 Importantíssima, esse é o sonho de todo educador. Na escola pública já tem um projeto de educação chamado Mais Educação onde em um turno o aluno estuda o currículo normal, e no outro turno, ele tem oficinas de letramento, matemática, judô, dança, dentre outros que favorecem o aprendizado e a autoestima desse aluno, mas só atinge alunos com distorção idade-série, os outros alunos ficam de fora. A implantação da Educação Integral deve acontecer para todos os alunos da escola pública.


7-   [Josiany] Para você, o que falta para a Educação Básica melhorar?  


Estamos na era da Informação e do Conhecimento. É preciso trazer novas tecnologias para a escola, o aluno não quer só aprender através do livro didático, lousa e giz. Professores e alunos precisam se apropriar dessas tecnologias. Precisa-se de leis que responsabilize os maus pais pelos desempenhos dos alunos, há países que isso já acontece. Renovação do currículo: “o que de fato esse aluno precisa aprender”? O professor precisa se aperfeiçoar, por isso se faz necessário à redução da carga horária, sem prejuízo no salário. Existem professores que para ter um salário digno trabalham 60 horas semanais, afetando o seu desempenho em sala de aula. E Políticas Públicas que priorizem uma Educação Básica de qualidade para todos.

PATRÍCIA DE OLIVEIRA É PEDAGOGA
E PSICOPEDAGOGA 

AMIGO SECRETO FILOSÓFICO


Por Josiany Dórea

           
            Quando organizamos nossa confraternização pensamos em fazê-la diferente. O objetivo principal era adquirir conhecimentos através de personalidades contempladas pelo nosso amigo secreto. Cada pessoa escolhe um pensador e/ou celebridade de sua preferência. A pessoa que retirar o papel deve pesquisar sobre a celebridade indicada e apresentar no dia com o presente e o nome do seu respectivo amigo.  

Rubens Alves 
            Falamos sobre o Educador, Filósofo, Teólogo, Psicanalista, Escritor e Cronista. Um dos mais respeitado intelectuais brasileiro: Rubens Alves (1933). Nasceu em Boa Esperança, sul de Minas Gerais. Dono de uma narrativa marcada por reflexões e atenção a pequenos detalhes, Rubem Alves lança novo livro de crônicas. O autor proporciona momentos de “incêndios” nos pensamentos, em seu melhor estilo. O livro Pimentas – Para provocar um incêndio, não é preciso fogo. Trata-se de uma compilação de crônicas sobre ideias e pessoas, sobre pensamentos que incendeiam a mente e que levam a outras ideias. Daí o título do livro, conforme explica o autor: “Pimentas são frutinhas coloridas que têm poder para provocar incêndios na boca. Pois há ideias que se assemelham às pimentas: elas podem provocar incêndios nos pensamentos. (…) Mas, para se provocar um incêndio, não é preciso fogo. Basta uma única brasa. Um único pensamento-pimenta…”.

Paulo Freire
Outro Educador e Filósofo brasileiro contemplado foi Paulo Régis Neves Freire, pernambucano, conhecido como Paulo Freire (1921- 1997). Alfabetizado pela mãe que o ensinou a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. De acordo com suas ideias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial. Em 13 de abril de 2012, foi sancionada a lei 12.612 que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. Seu pensamento é vivenciado na nossa contemporaneidade: “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

            Aprendemos sobre o maior Economista Brasileiro: Celso Monteiro Furtado (1920-2004). A “Formação Econômica do Brasil" (1959) -um dos mais importantes livros da história
Celso Furtado
econômica do país- pode ser lida como uma história das possibilidades de intervenção racional do Estado no processo de desenvolvimento.  Celso Furtado foi Ministro do Planejamento, no governo de João Goulart criador da SUDENE, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, no governo de Juscelino Kubitschek e ministro da cultura, no governo Sarney. Atuou também como um dos principais pensadores da chamada corrente desenvolvimentista Cepalina, ou seja, ligada a Comissão Econômica da ONU para a América Latina (Cepal), que desenvolveu o conceito de saída da Industrialização substituidora de importações, com destaque para as empresas de capital nacional e estatais.

            Aprimoramos nosso conhecimento com a vida e obra do escritor, letrista e jornalista brasileiro Paulo Coelho (1947). “As pessoas mudam quando se dão conta do potencial que
Paulo Coelho
têm para mudar as coisas", afirma o escritor que em setembro de 2007, a ONU o nomeou como o novo Mensageiro da Paz. Os Mensageiros da Paz são designados pessoalmente pelo secretário-geral das Nações Unidas, com base em seu trabalho em campos como artes plásticas, literatura ou esporte e seu compromisso de colaborar com os objetivos da ONU. Assim que obteve o titulo o escritor Paulo Coelho disse: "Aceito com gosto esta responsabilidade e me comprometo a fazer o máximo para melhorar o futuro desta e das próximas gerações".

O Instituto PAULO COELHO é uma instituição sem fins lucrativos, financiada exclusivamente pelos direitos autorais do escritor. A ideia central não é fazer caridade, mas dar oportunidade as camadas menos favorecidas e excluídas da sociedade brasileira. Desta maneira, o Instituto concentra sua verba em Infância e Terceira Idade e é co-patrocinador do Solar Meninos de Luz (morro Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, Rio de Janeiro), que educa 400 crianças e jovens.

  
            Continuando com a nossa aprendizagem na caminhada dos amigos secretos, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco a história de Fábio José de Melo Silva (1971), mais
Pe. Fábio de Melo
conhecido como Padre Fábio de Melo. É um sacerdote católico, artista, escritor, cantor, professor universitário, Mestre em antropologia teológica e apresentador brasileiro. Tornou-se nacionalmente conhecido por seu trabalho como comunicador. Sua obra compõe-se de seis livros publicados e também de onze CDs que, juntos, venderam mais de 1,8 milhão de unidades.
Vida é um álbum de estúdio do cantor Fábio de Melo, lançado em 2008. O álbum foi premiado com Disco de Diamante, BPD, com mais de 500 mil cópias vendidas. “Nos dias de hoje, cada vez mais, acentua-se a necessidade de ser forte. Mas não há uma fórmula mágica que nos faça chegar à força sem que antes tenhamos provado a fraqueza."

Waris Dirie
Aprendemos com a divulgação da vida de uma modelo Somali, Africana, que luta contra a mutilação genital feminina. Waris Dirie (1975) aos três anos de idade sofreu mutilação genital feminina. Fugiu da aldeia em que vivia com a família aos doze anos de idade. Atravessou sozinha um dos desertos somalis inteiro, sofrendo com fome e sede. Conseguiu emprego como faxineira em uma lanchonete. Lá, enquanto trabalhava, foi observada por Terence Donovan, um grande fotógrafo, que a lançou no mundo como modelo. “Cheguei à Nova York por um milagre. Quanto tinha 13 anos fugi. Meu pai queria casar-me com um velho de 60 anos, pois ele lhe daria cinco camelos. Eu era diferente, rebelde. As meninas são educadas para trabalhar e serem oferecidas em casamento. Isso que os pais querem para suas filhas”.
Atualmente é embaixadora da ONU.   Dirie escreveu vários livros sobre sua vida e percorreu o mundo numa batalha sem descanso contra a ablação, mas assegura que, dia a dia, sua meta é levar a paz, o amor e o respeito que sempre tem buscado um valor que “exijo do mundo, para mim e para todos” cena do filme "Flor do Deserto", lançado em 2010 no Brasil.

             Vimos à celebridade do samba: Matinho da Vila (1938). Duas pessoas escolheram seu nome para ser apresentada sua vida e obra na nossa confraternização. O grande sambista que serviu o exército como Sargento Burocrata, depois cursou a Escola de Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissões que abandonou em 1970,
Martinho da Vila 
quando deu baixa para se tornar cantor profissional.
Internacionalmente conhecido como sambista, com várias composições gravadas no exterior, Martinho da Vila é um legítimo representante da MPB e compositor eclético, tendo trabalhado com o folclore e criado músicas dos mais variados ritmos brasileiros, tais como ciranda, frevo, samba de roda, capoeira, bossa nova, calango, samba-enredo, toada e sambas africanos. Além de cantor e compositor, Martinho da Vila é escritor. É autor de nove livros.
O cantor e compositor lançou recentemente o álbum 'Martinho da Vila 4.5 Atual', comemoração aos seus quarenta e cinco anos de carreira.  É "uma versão mais atualizada do primeiro álbum 'Martinho da Vila', de 1969, que foi regravado e remasterizado para ter uma sonoridade mais moderna", diz a produtora do cantor.
          
  Conhecemos mais sobre Luis Lázaro Sacramento Ramos, Lázaro Ramos (1978), ator e
Lázaro Ramos
cineasta brasileiro. Foi revelado no Bando de Teatro Olodum (que integra o Teatro Vila Velha), na cidade de Salvador. Antes de ser ator, trabalhou como técnico em patologia clínica. O ator baiano interpretou Zé, o protagonista da novela Lado a Lado.  Em sua primeira novela, Cobras & Lagartos, foi indicado ao Emmy 2007 de melhor ator por sua interpretação como Foguinho. Foi eleito um dos brasileiros mais influentes de 2009 e em 2010, nomeado Embaixador da UNICEF. É casado com a atriz Taís Araújo, mãe de seu filho João Vicente de Araújo Ramos nascido em 18 de Junho de 2011.
Madame Satã foi seu primeiro filme como protagonista. Mas, antes da estreia deste filme, Lázaro já havia rodado O Homem que Copiava em que também fazia o papel principal, o tímido desenhista e operador de fotocopiadora André. O filme  Ó Paí, Ó transformou-se em uma série brasileira, com roteiro de Guel Arraes e Jorge Furtado. Sua estreia aconteceu em 2008. Tanto a série como o filme fez muito sucesso e revelou muitos atores baianos.


            Uma celebridade que também compôs nossa lista foi à atriz Christiane Maria dos
Santos Torloni (1957). Participou de vários eventos, como as Diretas Já, a luta pela democracia e o fim da Ditadura Militar. Como atriz atuou em várias novelas da Rede Globo.
Trabalha na emissora desde os seus dezenove anos.

Christiane Torloni
            Christiane Torloni atualmente participa de várias causas sociais como, por exemplo, o abaixo assinado, divulgado no site www.amazoniaparasempre.com.br, que tem como objetivo a preservação da Amazônia e a campanha www.bemquerermulher.com.br para o fim da violência contra a mulher. Em entrevista publicada na Revista Caras, Torloni revela, Estou pré-produzindo um documentário chamado Amazônia, da Cidadania a Florestania, um despertar’. O lançamento deve ser no final do ano de 2013”.

            Falamos também de uma mulher atuante na política e que se destaca nos nossos
Dilma Roussef
eventos históricos, a presidenta
Dilma Viana Rousseff (1947). Economista e ex-ministra. Iniciou sua militância política aos 16 anos, em Belo Horizonte, e passou para a luta armada contra o regime militar. Foi presa em 1970, por quase 3 anos, e submetida a tortura.  Em abril de 2009, revelou que estava se submetendo a tratamento contra um linfoma descoberto em um exame de rotina.Após sessões de radioterapia e quimioterapia, recuperada do tratamento contra o câncer, o PT oficializou sua candidatura à Presidência da República nas eleições 2010. Dilma comandou uma extensa campanha pelo País, tendo Lula como seu maior cabo eleitoral. Dilma tomou posse no dia 1º de janeiro. Afirma a primeira presidenta do Brasil: “Vou fazer um governo comprometido com a erradicação da miséria e dar oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. Mas, humildemente, faço um chamado à nação, aos empresários, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do país para que me ajudem”. Atualmente, seu ministério é recordista na participação feminina.

  
            O Filósofo ateniense Sócrates (469-399 a.C) que viveu no período clássico da Grécia Antiga, foi escolhido por duas pessoas em nosso amigo secreto, notavelmente por ser o
Sócrates
primeiro filósofo grego a questionar sobre virtudes, valores humanos, justiça, amor, entre outros. Ele analisou através da dúvida e do questionamento o comportamento humano dentro da sociedade. Sócrates foi considerado o filósofo que trouxe o legado da inquietude e promoveu uma reflexão sobre o ser humano e suas atitudes, relacionando com a convivência em sociedade. É através dos diálogos de Platão, discípulo de Sócrates e um dos mais influentes filósofos até os dias de hoje, que se pode saber sobre a vida de Sócrates.
Dizia Sócrates, que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância. Segundo ele, a verdade, escondida em cada um de nós, só é visível aos olhos da razão. Ele afirmava: "Só sei que nada sei".
 Ao final da apresentação Virgínia criou um poema para apresentar o Filósofo Sócrates.


Filósofo da Vida
Permita-me fazer uma explanação
Vou falar de um autor que me traz muita reflexão.
Ele utilizava as palavras para entender o mundo, e nele não entender nada.
Afinal, ter consciência da sua ignorância é o que defendia esse camarada.
Já dizia ele, que todo saber de um homem consiste em saber que não sabe nada.
De extrema inteligência praticamente fundou uma ciência
A qual teve consciência de tamanha veemência.
Considerado um grande inimigo público, para época em que viveu
Mostrou para a sociedade o quanto tudo valeu.
Escolhendo até mesmo morrer pelo que defendeu.
Apesar de não deixar por escrito seus feitos expressivos
Virgínia Oliveira, autora do Poema
Foi possível conhecer através de seus discípulos seus pensamentos tão significativos.
Para o meu amigo secreto que escolheu esse filósofo tão importante
Obrigada por me permitir sair da caverna
E perceber tanta coisa interessante.
Aprendi que ele foi general
Homem muito genial
Que mostrou todo o seu potencial.
E com tudo isso minha gente
Fica fácil saber que estou falando dele, Sócrates, um indivíduo muito inteligente.

                                            
                                                                                               
Presentes do Amigo Filosófico
Desta forma encerramos a nossa confraternização embalada por várias formas de apresentação, entre elas, discursos, teatro, música, vídeos, explanações e poemas. Enfim, de tudo um pouco.  Muito gratificante a forma de conhecer as personalidades e se divertir com as pessoas que representaram cada personalidade: diferente, exclusivo e o melhor de tudo, construtivo ao saber.  

domingo, 9 de dezembro de 2012

ASSERTIVIDADE


Por Josiany Dórea

Mas afinal, o que é assertividade? Teoricamente o significado da palavra pelo dicionário de português, diz que assertivo é que exprime afirmação (de valores, sentimentos); declarativo. Contudo, não basta somente saber o seu significado, o mais difícil é colocar em prática a assertividade.

       O treinamento assertivo começou a partir dos anos 50, com trabalhos de Salter(1949), reconhecido como um dos fundadores da terapia de comportamento. Foi um dos pioneiros a tomar as descobertas da psicologia experimental em coisas como reflexos condicionados e aplicar esses princípios para resolver os problemas das pessoas, o que favoreceu as técnicas de assertividade desenvolvidas nos tempos atuais.

Para agirmos com assertividade é preciso primeiro aprender a conviver com as diferenças, respeitando o espaço do outro. Aprender que a liberdade do outro começa onde termina a sua; aprender que para falar dos seus sentimentos, impor suas convicções e expor suas crenças não necessita utilizar da agressividade com o próximo. Assim iniciamos a nossa Décima Oitava Conversa Afinada.

         Ronaldo Evangelista começa nossa conversa com a apresentação do vídeo titulado “Convivência” (ver abaixo). Assim, refletimos sobre as consequências dos nossos atos impensados de querer ocupar o lugar do outro ou quando nos preocupamos tanto com o outro e esquecemos de avaliar nossas atitudes. O diferente provoca em nós reações inusitadas, às vezes de autodefesa, que termina nos prejudicando como é observado no vídeo.   
Com a demonstração do vídeo sobre “a arte de ser objetivo” (ver abaixo), vimos que ninguém nasce assertivo. Assertividade é um treino constante. Um exercício que precisamos sempre está alerta para praticá-lo. Somente com a prática teremos resultados positivos em nosso cotidiano. Não é uma receita que já vem à dosagem certa. A base da assertividade consiste em ter autoestima elevada. Ser assertivo é quando a pessoa gosta de si mesmo, consequentemente, passa a ter um olhar sobre o outro com confiança.

E quando não somos assertivos? O que é não ser assertivo?  Na maioria das vezes não ser assertivo causa constrangimentos irreversíveis. Um exemplo clássico é quando não temos muita aproximação com a outra pessoa. Nossa ação não assertiva pode causar uma má impressão para aqueles que não o conhece e a pessoa passa a ficar rotulado, pois, a primeira impressão é a que fica. Outro fator é quando a pessoa se sente diminuída diante de uma ação não assertiva e agressiva.  
                                                  


No exemplo da charge ao lado verificamos que temos um comportamento não assertivo e agressivo. Quando agimos por impulso ou deixamos a emoção falar mais alto do que a razão, podemos ser surpreendidos por um ato de violência.
Algumas técnicas podem ajudar a sermos mais assertivos e controlar as emoções.

         Há várias técnicas de Assertividade. São técnicas que nos ajudam a “não engolir sapos” no nosso dia a dia. Exemplos de algumas técnicas: o nevoeiro, segundo Carlos Alberto de Faria consultor de marketing e administração, é comparado da seguinte forma: quando atiramos uma pedra nele, não oferece o mínimo de resistência, nem ao menos pratica quaisquer retaliações, simplesmente se deixa atravessar pela pedra, sem oposição. Exemplo:Talvez você tenha razão. Vou pensar nisso que você me disse”. Resposta a uma crítica. Isso mostra que você está disponível a mudanças o que não quer dizer que vai concordar com a crítica.  Outro exemplo á a técnica do Disco Rachado. Utiliza-se muito para a negação de comprar algum produto ou serviços que no momento não é de seu interesse. Exemplo: “O que o Sr. fala tem o seu valor (NEVOEIRO), mas eu não estou interessado." (DISCO RACHADO).

Ao final da nossa conversa, Ronaldo apresenta o vídeo: Águia ou Galinha (ver abaixo) deixou todos com vontade de seguir a Águia que está adormecida em todos nós.  

Ronaldo Evangelista ressaltou o quanto é difícil falar sobre assertividade, pois é um tema que requer uma visão mais ampla sobre as nossas atitudes e pensamentos íntimos, nos desnuda diante das situações embaraçosas e que nem sempre temos a compreensão de fato como reagimos diante das diversidades da vida.  

          As técnicas de não engolir sapos, segundo Ronaldo Evangelista, nos traz uma forma clara de como lidar com os seguimentos das práticas assertivas. Dessa forma, o comportamento assertivo é um modelo positivo e pessoal que podemos usá-lo no trabalho, em casa, nos relacionamentos, entre amigos, na vida amorosa e até mesmo na vida financeira.  
  


    Agradecemos a todos os participantes da nossa conversa afinada em 11/11/2012.



Referências:
Conditioned Reflex Therapy, Salter (1949).
Arón, A. M. & Milicic, N. (1994). Viver com os outros: Programa de desenvolvimento de habilidades sociais (J. P. Santos, Trad.). Campinas, SP: Psy.



Assertividade e autocontrole: interpretação analítico-comportamental - SciELO Brasil - Scientific Electronic Library Online.








  


domingo, 18 de novembro de 2012

A EXPRESSÃO MUSICAL NORDESTINA


Por Josiany Dórea
                                                                                                        
Nossa Décima Sétima Conversa Afinada, abordamos sobre a música nordestina como veículo da cultura popular. Vimos que desde o período colonial, o nordeste vem se destacando com suas diversidades culturais que se alongam com a música e ritmos próprios. Percebemos que quando o Brasil passa pelo período colonial (1500-1822) deixa raízes que marcam a identidade cultural nordestina.

No período colonial a formação da sociedade é marcada pelo regime escravagista, que promove a exploração da mão-de-obra escrava africana e patriarcal, o poder estava nas mãos do chefe da família: o pai. Assim, a sociedade convive com esse modelo reproduzindo muitas consequências para o convívio social, entre eles, o machismo, preconceitos e a desvalorização do negro. A partir daí, a música transforma-se em um veículo de apelo, desabafo e movimento contra esse modelo de sociedade.

A riqueza cultural expressa nas músicas nordestinas perpassa o nordeste e invade o Brasil. As manifestações populares como, por exemplo, o folclore, as linguagens, costumes, culinárias e ritmos transformam-se com o passar dos anos, em um cenário brasileiro.

Os Ritmos: xaxado, coco, samba de roda, baião, xote, forró, Axé e frevo, dentre outros, chamam a atenção dos compositores brasileiros, poetas, escritores e vários artistas. Eles se inspiram na cultura nordestina através da arte, poesia, do cinema, divulgando nossa cultura brasileira como, por exemplo, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Manuel Bandeira, Ariano Suassuna, Cândido Portinari e Carlos Drummond de Andrade.  
   
Desta forma pode-se notar que devemos muito aos nossos artistas nordestinos, que interpretam a dor, a seca, a escravidão e a alegria de um povo movido pela força mesmo diante das adversidades, das injustiças acometidas. Temos em destaque o baiano Jorge Amado (1912-2001) que leva nossa cultura para o mundo, o pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) que trouxe do sertão o brilho do Nordeste, o cineasta baiano Glauber Rocha (1939-1981), transmite toda garra e conflitos do nordestino em seu filme: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964). O compositor e poeta cearense Patativa do Assaré (1909-2002) que descreveu a vida simples, sofrida e esquecida do sertanejo nordestino.

Na realidade nossa Conversa Afinada representa uma homenagem e uma reflexão com algumas de tantas músicas que marcaram e marcam até hoje a historicidade de um povo que diante do sofrimento transforma a vida com muita sabedoria, vivenciada diante da dor.  

Josemar Dórea selecionou algumas canções que emocionaram a todos. Observamos que muitas canções passam despercebidas aos nossos olhos, não prestamos atenção em suas letras e o apelo que elas nos ofertam. Exemplo, à canção Marmelada composição de George Decimmus e Velato Walakiar, interpretada pela baiana Margareth Menezes relata a vinda do negro africano para o Brasil na condição de escravo:

(...) Um dia alguém me falou/ Que eu cresceria num país tão belo/ Tudo verde e amarelo/ Todo mundo sincero/Um dia alguém me falou/ Que eu cresceria num país legal/ Todo mundo igual/ Nada além do normal/Vida, que vida Será que da vida já não se apanha mais?/ Nunca mais a cegueira/ Nunca mais a besteira./ Marmelada, tô comendo nada (...) 

Ritmo e linguagem popular, a música “Marmelada” revela um Brasil que realmente existiu (?) em que todo o seu ensinamento era passado de forma conveniente e convincente pelas elites brasileiras. 
    
Outro destaque importante foi à música de Luiz Gonzaga “O ABC do Sertão”:

Lá no meu sertão pros caboclo lê/ Têm que aprender um outro ABC/ O jota é ji, o éle é lê/ O ésse é si, mas o erre tem nome de rê (...).

Percebemos nesta música toda complexidade da linguagem nordestina passada por Luiz Gonzaga. Ele retrata um povo que também possuem sua linguagem diversificada, marcada por um passado de miscigenação.

     A música do paraibano Genival Lacerda “Americanizado” é um protesto contra a desvalorização das nossas raízes. Como seguimos a cultura americana sem nem darmos conta do reflexo que nossa atitude pode percutir diante dos nossos costumes e hábitos.

Aqui tudo pirou!/ Tudo tá mudado!/ Aqui tudo pirou tudo mudou tá tudo americanizado!/Um cachorro de pano se chama Snoop/ Um ok quer dizer, tudo acertado/ Uma loja variada é shopping Center (...).

Enfim, letras e ritmos que retratam um nordeste que sofre preconceitos, descasos, dissabores diante da realidade de um povo comovido pela exclusão, com problemáticas sociais e ambientais.   
       Finalizamos com a música do paraibano Geraldo Vandré (1935) “Pra não dizer que não falei das flores”, em que aborda a esperança diante de período marcado pela ditadura militar (lançada em 1968). Classificada em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968 e, depois disso, foi proibida durante anos, pela ditadura militar brasileira. Tornou-se um hino de protestos e movimentos populares, principalmente na década de 70-80. É um grito a liberdade, resistência e igualdade humana. Vejamos um trecho da música:

Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/ Somos todos iguais/ Braços dados ou não/ Nas escolas, nas ruas/ Campos, construções/ Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/Vem, vamos embora/ Que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer (...).





Agradecemos a todos que participaram da nossa conversa acrescida de conhecimentos sobre a diversidade musical e cultural do  povo nordestino.